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terça-feira, abril 25, 2023

Pressões de aliados levam Palácio da Abolição a estancar negociações para Domingos Filho aderir ao Governo do Estado

A sinalização de descontentamento dada pelas lideranças do MDB, Republicanos e PP levou o Palácio da Abolição a estancar as negociações para o grupo do ex-vice-governador Domingos Filho (PSD) aderir ao Governo do Estado. A insatisfação foi exposta, também, pelo líder do Governo na Assembleia Legislativa, Romeu Aldigueri (PDT).



Domingos já vinha comemorando o avanço nas conversas com interlocutores da administração estadual, mas houve uma dura reação de lideranças partidárias que se aliaram em 2022 para eleger Elmano de Freitas e Camilo Santana e que, hoje, compõem a base de apoio ao Governo do Estado.

O argumento dessas lideranças é de que, nas eleições de 2022, Domingos estava na chapa de Roberto Cláudio (PDT), foi ácido nas críticas a então Governadora Izolda Cela a quem acusou de cooptar prefeitos para apoiarem às candidaturas de Elmano, ao Governo, e de Camilo, ao Senado e, no atual cenário, com apenas um voto na Assembleia Legislativa, o PSD pouco acrescentaria à base parlamentar governista.

O PSD ocupa três cadeiras na Assembleia Legislativa – Fernando Hugo, Lucílvio Girão e Gabriella Aguiar, sendo que, nesse bloco, Domingos, com segurança, tem apenas o voto da filha. Hugo e Girão construíram linha direta com o Palácio da Abolição e a postura de cada um nas votações de interesse do Governo independe da orientação da cúpula estadual do PSD.

DESAFETOS NO MDB, PP E REPUBLICANOS

A reação de lideranças do MDB, Republicanos e PP não foi exposta publicamente, mas, nos corredores da Assembleia Legislativa, é visível o desconforto entre aliados do Palácio da Abolição que querem manter certa distância do PSD e de Domingos Filho.

A reação parte de dirigentes partidários que se tornaram desafetos de Domingos Filho. Nessa relação, está o deputado estadual licenciado e Secretário de Cidades, Zezinho Albuquerque, que, em 2017, enfrentou a candidatura do deputado Sérgio Aguiar (PDT) na disputa pela Presidência da Assembleia Legislativa.

A dissidência do PDT na disputa pelo comando da Mesa Diretora do Legislativo Estadual foi estimulada por Domingos Filho que bancou a candidatura de Sérgio Aguiar. Zezinho ganhou o embate e a briga provocou o rompimento do então governador Camilo Santana com Domingos Filho. Uma das reações no contexto das articulações para reaproximação do PSD ao Palácio da Abolição tem como um dos personagens justamente Sérgio Aguiar.

SÉRGIO AGUIAR X ROMEU ALDIGUERI

Adversário político de Sérgio Aguiar, o deputado estadual Romeu Aldigueri não escondeu a sua inquietação com os movimentos de Domingos Filho em direção à sede do Governo do Estado. Romeu enxerga nas articulações do líder do PSD a abertura de uma porta para fortalecimento de Sérgio Aguiar.

Fiel aliado de Camilo e Elmano, Aldigueri teve as ponderações respaldadas ao apresentar argumentos que a proximidade de Domingos poderia gerar grande desconforto ao grupo liderado pelo senador e ministro da Educação, Camilo Santana.

As mesmas ponderações foram feitas, também, pelo deputado federal Eunício Oliveira (MDB) e pelo ex-deputado estadual Idemar Citó (Republicanos).

Eunício assumiu, desde as primeiras articulações, a aliança do MDB com o PT em apoio a Camilo e Elmano e se queixa de ter sido traído em eleições anteriores pelo presidente regional do PSD. Essa mesma postura foi adotada, também, pelo grupo do ex-senador Chiquinho Feitosa e do ex-deputado Idemar Citó. Chiquinho e Idemar são adversários de Domingos na Região dos Inhamuns.

A interlocutores, Domingos admite que as conversas com o Palácio da Abolição continuam, mas, entre aliados do Governo, uma possível aliança com o PSD está cada vez mais distante.