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terça-feira, janeiro 04, 2022

Aplicativo que 'leiloava' mulheres muçulmanas é bloqueado na Índia

App com perfil de mulheres, que dizia que mais de cem delas estariam 'em promoção', foi tirado do ar pelo governo.

O aplicativo indiano de código aberto Bulli Bai, da plataforma da web GitHub, foi retirado do ar por compartilhar fotos de mais de cem mulheres muçulmanas e um texto segundo o qual elas estavam em "promoção".


O anúncio foi feito nesta segunda-feira (3) pelo ministro indiano de Tecnologia da Informação, Ashwini Vaishnaw. O bloqueio ocorreu após a polícia de dois estados da Índia registrar casos que envolviam imagens que estavam no aplicativo.


De acordo com as autoridades, o objetivo da plataforma é degradar e ridicularizar mulheres de várias idades cujas fotografias são compartilhadas sem autorização. O caso provocou indignação nas redes sociais.


O ministro indiano anunciou que foi iniciada uma investigação sobre medidas criminais contra a plataforma. Em julho, um aplicativo e site chamado Sulli Deals já havia criado perfis de mais de 80 mulheres muçulmanas — usando fotos que elas haviam postado online — e as descrito como "ofertas do dia".


Em ambos os casos, não houve venda real, somente a degradação e a humilhação das mulheres muçulmanas, por meio do compartilhamento de suas imagens pessoais.



O nome do aplicativo também revela o objetivo dos seus desenvolvedores: sulli é uma palavra usada na internet por hindus de direita para designar mulheres muçulmanas, e o mesmo tom se verifica em bulli.


No fim de semana, a jornalista Ismat Ara, que teve nome e foto publicados no aplicativo Bulli Bai, entrou com uma queixa policial em Nova Délhi contra algumas pessoas, que não foram identificadas, acusando-as de assédio sexual e promoção de inimizade com base na religião.