Foi preso no domingo o promotor de Justiça André Luis Garcia de Pinho, dois dias após a morte da esposa, Lorenza Maria Silva Pinho, de 41 anos, no apartamento da família, no bairro Buritis, em Belo Horizonte, Minas Gerais. As circustâncias da morte são investigadas pela Polícia Civil.
Em depoimento, Pinho afirmou que a mulher teria morrido após engasgar na madrugada do dia 2 de abril. Segundo o jornal "O Tempo", porém, fontes da Polícia Civil afirmam que foram encontrados sinais de violência no corpo. O promotor contou ainda que chamou uma uma ambulância que levou a mulher para um hospital, mas ela já chegou morta ao local. O primeiro laudo, atestado por um médico particular, aponta autointoxicação como a causa da morte.
Pinho nega qualquer crime. Em entrevista, o advogado do promotor, Sérgio Leonardo, afirmou que a detenção é temporária. Ele diz ainda que Lorenza tinha quadros depressivos desde o falecimento da mãe há 10 anos e às vezes misturava remédios com bebidas alcoólicas.
Na manhã do dia 2 de abril, André acordou ouvindo barulhos ao lado da cama, parecia que (Lorenza) estava passando mal, ele achou que era caso de pedir socorro, chamou uma ambulância do (hospital) Mater Dei, que foi lá, mas, ao que tudo indica, ela já havia falecido — afirmou o advogado ao "O Tempo", acrescentando que o promotor chamou a ambulância da rede particular e não o Samu, porque os médicos do hospital já atendiam Lorenza rotineiramente.
O casal tinha cinco filhos com idades entre 2 e 17 anos que ficaram sob os cuidados do avô materno. O promotor e a mulher fizeram ao menos 30 boletins de ocorrência após sofrerem ameaças e serem alvo de violência. Num dos episódios, em 2012, o carro onde eles estavam foi alvo de tiros. Na época, o irmão do promotor foi apontado como suspeito. Lorenza tinha uma medida protetiva contra o cunhado.
Em nota conjunta com as polícias Civil e Militar, o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) afirmou que as diligências realizadas na manhã de domingo dão "seguimento às apurações relacionadas aos fatos ocorridos na sexta-feira, 2 de abril, envolvendo a morte da senhora Lorenza Maria Silva de Pinho, esposa do promotor de Justiça André Luis Garcia de Pinho".
O comunicado informa ainda que "foram cumpridas decisões proferidas pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG). Em função da decretação de segredo de Justiça, no momento não serão fornecidos mais detalhes. O MPMG lamenta a morte da senhora Lorenza Maria Silva de Pinho e se solidariza com os seus familiares e amigos".