Sem muitas opções, atualmente, Camilo começa a improvisar cargos em seu staff.
A quantidade de secretarias, coordenadorias e assessorias especiais que compõem o staff do governador Camilo Santana é praticamente a mesma de quando do início do seu primeiro mandato, em 2015, ao começo do seu segundo mandato, em 2019.
A diferença, no entanto, está no esvaziamento de nomes ligados ao grupo político liderado pelos Ferreira Gomes.
E essa decisão não partiu do lado de Camilo...
Para quem contou na primeira gestão com Ivo Gomes, Mauro Filho, Padre José Linhares, Danilo Serpa, André Facó, Arialdo Pinho, Josbertini Clementino, Osmar Baquit e Tulio Studart, atualmente se vale de Arialdo Pinho, jogador que atua nas duas pontas do campo, e Lúcio Gomes, que substituiu Ivo Gomes, quando este foi eleito prefeito de Sobral.
É bem verdade que Mauro Filho continua com a foto no atual staff de Camilo, mas a prática não reflete o desejo do governador, pois Maurinho começou a ter gosto pelo debate no Parlamento, quando exerce seu mandato de deputado federal.
O esvaziamento por opção dos Ferreira Gomes não é de agora, mas desde que Camilo e o pai Eudoro Santana desafiaram o que seria uma espécie de acordo político e buscaram a reeleição. A indignação do maior grupo político no Estado ficou clara no desejo de Cid Gomes concorrer novamente ao Palácio da Abolição, em 2018, ao invés do Senado. O fator surpresa dos Santanas, no entanto, falou mais alto e Camilo confirmou a reeleição.
Explicada a atual situação de Arialdo, a presença de Lúcio Gomes também é de fácil compreensão: “amigos, amigos; negócios à parte”...
Sem muitas opções, atualmente, Camilo começa a improvisar cargos em seu staff, assim como ocorreu com o bom menino Chagas Viera, na Casa Civil. A rigor, um aliado dos Ferreira Gomes nesta reta final de governo Camilo Santana poderá significar rompimento.
De olho no Senado, Camilo voltou a frequentar a ideologia do PT. E uma reaproximação com o seu partido original bate à porta até da ala mais “xiita”. No momento, sem resposta.
Apesar de ser obrigado a jogar como um mestre no xadrez político, quando suas principais peças seguem sem muita mobilidade no tabuleiro, o governador comete “capivaradas” em alguns lances, diante da distração de fatores externos, a exemplos da guerra da Covid-19 e da perda gradual de sua imagem de gestor, pela ausência de uma melhor estratégia contra fake news e das medidas rígidas nas atividades econômicas.