No início de fevereiro noticiamos o anúncio de que o Amazônia-1, o primeiro satélite totalmente feito no Brasil, seria lançado em 28 de fevereiro e agora esta data finalmente chegou. O satélite foi lançado hoje às 1h54 da manhã na Índia, no Centro de Lançamento Sriharikota.
O lançamento, que pode ser conferido às 2:55:15 do vídeo abaixo disponibilizado pelo canal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações do Brasil. O Amazônia-1 foi lançado no foguete PSLV-C51 acompanhado de dois satélites americanos: o Nanoconnect-2 e SpaceBee e com o Sindhu Netra, que é indiano.
O satélite brasileiro pesa 640kg e tem 4 metros de diâmetro e permanecerá a 752 quilômetros de altura entre os polos norte e sul. Ele foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Especiais - Inpe em São José dos Campos e levado para a Índia em 22 de dezembro de 2020. O investimento total foi de R$ 400 milhões e apoio de muitos pesquisadores durante 8 anos.
17 minutos após o seu lançamento, vemos a sequência de separação do Amazônia-1 e abertura do seu painel solar. Logo depois, ele estabiliza a orientação em relação ao planeta para iniciar a verificação dos sistemas e por fim permanece em modo de prontidão.
Segundo Clezio de Nardin, diretor do Inpe, os próximos passos são executar testes no satélite e realizar ajustes em sua câmera, que será utilizada para monitorar desmatamentos na Amazônia. A captura de imagens começará 5 dias após a estabilização da rota do Amazônia-1. Os movimentos dele serão coordenados pelo Inpe.
O Amazônia-1 enviará dados para 3 bases de monitoramento do Brasil localizadas em Cuiabá no Mato Grosso, Alcântara no Maranhão e em Cachoeira Paulista que fica em São Paulo.
O lançamento deveria ocorrer em 22 de janeiro, mas a equipe de lançamento pediu mais tempo para preparações finais, então a data foi remarcada para hoje (28).
Segundo o G1, o Inpe suspendeu a bolsas de 107 pesquisadores pouco antes do lançamento por falta de verba do Ministério de Ciência e Tecnologia, 7 dos profissionais estão envolvidos nas etapas finais e no plano de voo do Amazônia-1, o que os impediria de trabalhar, podendo até mesmo impossibilitar o lançamento do satélite.
A intervenção veio da Agência Espacial Brasileira, que custeou as bolsas a tempo, possibilitando o lançamento do satélite na data marcada. Marcos Pontes, ministro de Ciência e Tecnologia, afirmou que as bolsas serão mantidas e a verba será remanejada pouco antes de ir para Índia.