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Micheli prestou depoimento no julgamento. Logo depois, pediu para beijar Lisandro, o que foi autorizado. O advogado Jean Severo, que representou o réu, diz que a atitude não foi combinada, mas ajudou na defesa.
“Se a vítima tem essa atitude, ela que é a principal interessada, isso certamente facilitou a nossa argumentação”, acredita. Depois da decisão, a vítima e o agressor tiraram uma foto juntos ao lados do time de advogados da defesa.
Lisandro estava preso desde o dia seguinte ao crime, mas agora deve permanecer em liberdade, pois não possui antecedentes e teve pena menor do que oito anos.
Ele foi condenado a cinco anos por tentativa de feminicídio privilegiado, por agir sob forte emoção, o que diminui a pena. Houve qualificado de recurso que dificulta defesa da vítima, o que aumenta a pena. Os outros dois anos da condenação foram por porte ilegal de arma.
O advogado dele diz que não vai recorrer. O promotor do caso, Pedro Rui da Fontoura Porto, afirmou que a vítima disse várias vezes durante o processo que era dela a culpa pelo descontrole do homem. Também disse que os dois brigaram depois que ela ameaçou denunciá-lo falsamente por estupro, o que o promotor não acredita.
“Entendemos que a versão não é verdadeira. Mesmo que fosse, não seria privilegiadora, pois o crime não foi na mesma hora. Ele saiu do local e retornou depois com a arma”, diz ele, que vai recorrer para tentar derrubar essa privilegiadora.
Crime
A investigação da polícia apontou que Micheli e Lisandro brigaram na praça central de Venâncio Aires em agosto do ano passado, diante de amigos. Depois, Lisandro saiu mas voltou para lá de moto, com uma arma.
Amigos notaram a aproximação de Lisandro e empurraram Micheli para um carro. Lisandro atirou pelo vidro traseiro do veículo sete vezes – cinco atingiram a vítima. Ela foi internada em hospital da região, mas se recuperou.
Lisandro se apresentou à delegacia no dia seguinte, com a arma do crime, e desde então ficou preso preventivamente. Micheli inicialmente chegou a pedir medida protetiva contra o réu. Depois, mudou de ideia e pediu para que a Justiça a autorizasse a visitar o namorado na prisão, o que não aconteceu.
Fonte: Correio 24 horas