
Com diversos erros de gramática, o justiceiro ainda diz que já pertenceu ao BOPE (Batalhão Operacional de Policias Especiais) carioca, corporação da qual afirma ter sido expulso, bem como sua especialidade é exterminar estupradores, ladrões, traficantes, pedófilos, vagabundos e drogados.
Além disso, ele afirma que os Bairros Jardim Los Angeles; Dom Antônio; Parque do Sol; Bálsamo; Jardim Canguru; Itamaracá e Moreninhas são suas “áreas” de atuação.
Todos os populares, com os quais a equipe de reportagem do Jornal Midiamax conversou, preferiram se identificar apenas com o primeiro nome. De acordo com a doméstica Fátima, de 45 anos, somente Deus pode tirar a vida de uma pessoa. “Mesmo que seja um bandido, não merece ser morto”, diz.
O mestre de obras Walmir, de 38 anos, afirma que tem muito inocente que pode ser morto pelo justiceiro. “Isso está errado. E se ele quiser me matar?”, pergunta.
O corretor de imóveis, José, ressalta que nem mesmo a polícia pode matar. “Acho isso péssimo para as pessoas de bem, para toda a sociedade. Alguém tem que fazer alguma coisa para contê-lo”.
Para a auxiliar de cozinha, Miriam, de 31 anos, essa ideia de fazer justiça com as próprias mão não é boa. “Isso é papel da polícia. Ela deve dar conta”, esbraveja.
A empregada doméstica Neci, de 67 anos, diz que só Jesus pode tirar a vida de alguém. “O Bandido deve ser preso e não assassinado. Os estupradores, que são os piores marginais, devem ter prisão perpétua. Sou contra a morte deles”, acentua.
Opinião da polícia
De acordo com um policial militar entrevistado pela reportagem, que preferiu não se identificar, a existência de um justiceiro em Campo Grande é pouco provável, contudo, caso apareça algum crime nesse sentido, tudo pode mudar.
Ele lembra que, recentemente, na fronteira com o Paraguai, próximo das cidades de Pedro Juan Cabaleiro e Ponta Porã, três pessoas foram mortas por justiceiros. “No caso da fronteira é diferente, pois eles avisaram que iam cortar as mãos dos ladrões e cumpriram. Além da decapitação eles foram encontrados baleados e com sinais de tortura”, explica.
Com informações do Portal do Cone Sul