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Vereador Deodato Ramalho (PT) |
O vereador Deodato Ramalho (PT) entrega hoje seu parecer sobre as denúncias contra o vereador Antonio Farias de Sousa, o A Onde É (PTC). O parlamentar do PTC é acusado pelo Ministério Público de reter parte do salário de assessores e também de enriquecimento ilícito. O MP pede que seja enquadrado em crimes de peculato, formação de quadrilha, organização criminosa, lavagem de dinheiro, concussão e atos de improbidade administrativa. A Onde É nega todas as denúncias e diz ter sido vítima de golpe.
Deodato, relator do caso no Conselho de Ética, não adianta o teor de seu relatório. Nos bastidores da Câmara Municipal, porém, qualquer posição que não seja o pedido de cassação será uma enorme surpresa.
O relatório será entregue às 10 horas ao presidente da Câmara, Salmito Filho (Pros), que terá prazo de três sessões ordinárias para fornecer cópias do relatório aos vereadores e convocar sessão para deliberar sobre a cassação ou não.
DIFICULDADES EM INSTRUIR PROCESSO
Em seu relatório, embora haja todos os indicativos de que o pedido será pela cassação, Deodato (foto) fará considerações sobre o papel desempenhado pelo Ministério Público. Ele se queixa de que, apesar de conduzir as investigações, o MP se recusou a participar como denunciante do procedimento na Câmara. Isso, segundo o relator, dificultou a condução do processo e atrasou o relatório.
ELOGIOS, CRÍTICAS E O PRENÚNCIO DA CAMPANHA
A jornalista Jéssica Welma indagou aos candidatos derrotados na eleição para prefeito de Fortaleza em 2012 o que eles manteriam do que o prefeito Roberto Cláudio (Pros) tem feito e o que fariam de diferente. O resultado foi publicado no O POVO de segunda-feira (leia acessando o endereço: http://bit.ly/op00089) e é revelador. Expõe as visões de diferentes grupos políticos sobre os acertos e erros da atual administração e fornece bom prenúncio dos discursos da campanha eleitoral no ano que vem.
O LADO BOM
A fala dos postulantes derrotados confirma a mobilidade urbana como principal acerto da atual gestão municipal – embora façam ressalvas importantes. Dos seis candidatos que responderam às indagações, quatro apontaram ações de mobilidade como aquilo que fariam igual. Ou quase isso. Elmano de Freitas (PT) ressaltou os corredores exclusivos, que destacou como continuidade do trabalho da ex-prefeita Luizianne Lins (PT). Renato Roseno (Psol) mencionou ciclofaixas. Heitor Férrer (PDT) e Inácio Arruda (PCdoB) salientaram ambas.
Francisco Gonzaga (PSTU) não apontou nada de positivo. E Valdeci Cunha (PRTB) tratou da área de saúde e destacou a reforma dos postos e a melhoria dos equipamentos técnicos e das condições de recepção aos pacientes, como aparelhos de ar condicionado, assentos e TVs. Porém, ele aponta a urgência de contratar mais médicos e enfermeiros, não faltar medicamentos e qualificar o atendimento, de forma mais humanizada.
O LADO RUIM
A menção à saúde como destaque, em que pesem as graves ressalvas apresentadas, são interessante ponto de divergência entre os candidatos. No geral, a saúde foi o ponto que mais mereceu reclamações.
Renato Roseno e Gonzaga criticam a gestão da saúde, feita por meio do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH). Ambos reclamam da “terceirização” e “privatização” da saúde, por meio do ISGH. Roseno reclama da falta de concurso público e dos frágeis vínculos empregatícios e do desrespeito a direitos trabalhistas. Heitor critica a falta de assistência primária e a falta de medicamentos e profissionais.
Além da saúde, a outra crítica mais recorrente é à concentração de ações nas áreas mais ricas e à falta de intervenções na periferia. Elmano aponta esse como o principal problema. Heitor, ao elogiar as políticas de mobilidade, faz a ressalva de se darem em poucos bairros. Roseno, defensor das ciclofaixas, pede uma lógica diferente, com prioridade às periferias, onde bicicletas são usadas principalmente para ir ao trabalho.
Valdeci, novamente aí, aponta questão diferente dos demais: a ausência de plano de qualificação profissional para jovens nos bairros. E Inácio não indica nada que faça diferente.
Os principais tópicos sinalizam claramente alguns temas que devem dominar a próxima eleição – ou pelo menos estariam na crista da onda se a eleição fosse hoje: mobilidade, saúde e as políticas para periferia.
ERREI
Na última frase do primeiro parágrafo da nota “O bom crescimento e o cenário para o futuro”, na coluna de ontem, o correto é: “(...) a economia estadual, proporcionalmente, cresceu mais de 40 vezes mais que a nacional”. Perdão pelo equívoco.